E Se Amanhã For o Fim?
Amanhece, como todos os dias. A luz suave do sol se esgueira por entre as frestas da janela, e o canto dos pássaros soa quase como uma trilha sonora gentil, acolhendo mais um começo. É um dia como qualquer outro, exceto por uma pequena ideia que desliza sem pedir licença: *e se amanhã for o fim?*
Essa possibilidade sutil, quase inofensiva, começa a tomar forma. E se amanhã realmente for o último dia? Se o relógio, que sempre gira incansável, decidisse de repente que basta, que não há mais nada a contar? De alguma maneira, a vida ganha uma tonalidade mais intensa. As cores da manhã brilham de um jeito novo, os ruídos parecem compor uma música complexa e sutil. Mesmo o cheiro do café, o som das risadas vindas da rua, tudo parece encapsular uma urgência, um desejo de ser vivido ao máximo.
O que faríamos se o amanhã não existisse? Talvez, na primeira reação, houvesse um friozinho de desespero, o pânico sutil de quem percebe que deixou muito para depois. Mas logo, na clareza desse pensamento, algo mais leve brota. Talvez fosse o momento de dizer o que ficou preso na garganta, de rir alto e sem reservas, de buscar nos abraços e nos olhares o alívio para a despedida inevitável.
Nesse último dia, quem sabe, aprenderíamos a ouvir com atenção, a ver cada detalhe que antes passava despercebido. O sorriso do amigo, o toque suave de quem amamos, os momentos de paz que geralmente ignoramos. Talvez, até as pequenas irritações do cotidiano parecessem absurdas, e no silêncio da compreensão, cada segundo se tornasse valioso.
E então, sem querer, começamos a viver hoje como se amanhã fosse o fim. Guardamos os medos, as reservas, as queixas, e nos abrimos ao que realmente importa. Amanhã, afinal, pode ser o fim... ou pode ser o início de uma vida em que cada dia se torne único, significativo, repleto de amor, alegria e verdade.
No final, ao nos deitarmos hoje, sentindo o peso leve de um dia bem vivido, poderemos pensar que, fim ou não, valeu a pena viver intensamente. Amanhã será amanhã.
De: Escritor Amarildo Matine
Essa possibilidade sutil, quase inofensiva, começa a tomar forma. E se amanhã realmente for o último dia? Se o relógio, que sempre gira incansável, decidisse de repente que basta, que não há mais nada a contar? De alguma maneira, a vida ganha uma tonalidade mais intensa. As cores da manhã brilham de um jeito novo, os ruídos parecem compor uma música complexa e sutil. Mesmo o cheiro do café, o som das risadas vindas da rua, tudo parece encapsular uma urgência, um desejo de ser vivido ao máximo.
O que faríamos se o amanhã não existisse? Talvez, na primeira reação, houvesse um friozinho de desespero, o pânico sutil de quem percebe que deixou muito para depois. Mas logo, na clareza desse pensamento, algo mais leve brota. Talvez fosse o momento de dizer o que ficou preso na garganta, de rir alto e sem reservas, de buscar nos abraços e nos olhares o alívio para a despedida inevitável.
Nesse último dia, quem sabe, aprenderíamos a ouvir com atenção, a ver cada detalhe que antes passava despercebido. O sorriso do amigo, o toque suave de quem amamos, os momentos de paz que geralmente ignoramos. Talvez, até as pequenas irritações do cotidiano parecessem absurdas, e no silêncio da compreensão, cada segundo se tornasse valioso.
E então, sem querer, começamos a viver hoje como se amanhã fosse o fim. Guardamos os medos, as reservas, as queixas, e nos abrimos ao que realmente importa. Amanhã, afinal, pode ser o fim... ou pode ser o início de uma vida em que cada dia se torne único, significativo, repleto de amor, alegria e verdade.
No final, ao nos deitarmos hoje, sentindo o peso leve de um dia bem vivido, poderemos pensar que, fim ou não, valeu a pena viver intensamente. Amanhã será amanhã.
De: Escritor Amarildo Matine
Comentários (1)
Apenas uma pergunta, Amarildo, afinal o que será isso que "realmente importa" qual seria essa forma de melhor aproveitar a vida?